sexta-feira, 29 de abril de 2011

Um “Desvio” para olhar na Savassi

(matéria postada no site Contramão dia 05/04/2011)

Na tarde de segunda-feira, visitei a exposição “Paisagens” da artista Janaína Mello, que foi aberta ao público no último dia 2 na Desvio, uma galeria de arte que se encontra bem no coração da Savassi.  A exposição reúne telas feitas com fitas de cetim trançadas, formando paisagens abstratas com grandes espaços ilusoriamente vazios.
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O mais curioso é que devido ao cetim, as imagens mudam de cor e de aspecto, dependendo da forma como a luz incide sobre a tela. A tonalidade se altera até quando você muda de posição para admirá-la. “Eu cheguei aqui à tarde e estava em uma tonalidade. Agora vai ficando mais tarde e vão aparecendo outras cores”, conta Júlia Mesquita, uma das proprietárias do espaço.
Além das obras em tela – três ao todo – a mostra apresenta também uma instalação exclusiva, chamada de Ciclotrama, que lembra uma árvore, confeccionada apenas com fios, sem nenhuma estrutura sólida. “Ela é uma metáfora das relações sociais, das coisas que vão se encontrando, se entrelaçando e formando novas estruturas”, esclarece Júlia.
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Não são apenas as Paisagens, de Janaína Mello, que nos desviam o olhar para searas mais lúdicas, na agitação do dia-a-dia, a própria galeria também nos reserva um certo encanto. Além de funcionar como um bar-café, a Desvio abriga também uma loja com acessórios fofos e delicados, além de bloquinhos para anotações. Júlia Mesquita fala um pouquinho mais sobre o espaço, inaugurado em 2008.

Para quem quiser conhecer as paisagens de Janaína Mello e os mimos da Desvio, o endereço é  Rua Tomé de Souza, 815, 2° andar. O horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 14h às 20h, e aos sábados, das 10h às 15h.

Por Débora Gomes

Cia. Pierrot Lunar apresenta seu novo espetáculo na Praça da Liberdade

(matéria postada no site Contramão dia 28/03/2011)

Helena, Marta, Olívia, Zé Diogo, Mário Silvano, Chico Treva, Paquita e outros personagens fazem parte da mais nova montagem da Cia. Pierrot Lunar. “Acontecimento em Vila Feliz” é uma adaptação do conto de Aníbal Machado e a primeira peça de rua montada pelo grupo, que tem em seu repertório, espetáculos consagrados como “Sexo” e “Por Trás dos Olhos das Meninas Sérias”.

A estréia em Belo Horizonte aconteceu no sábado dia 26, às 16h na Praça da Liberdade. O cenário simples e original transformou o centro da praça em uma pequena vila mineira, que se vê envolvida com a suposta gravidez de uma de suas moradoras mais ilustres.

A agitação atraiu o público que passava pelo local, atento a cada movimento dos atores. “Achei a peça interessante, o cenário, a história, os personagens: tudo muito bem montado e bem feito” comenta a empresária Ana Luiza Santos.

No próximo mês, a Vila invade as Praças da Assembléia e também a Floriano Peixoto, nos dias 9 e 10, respectivamente, sempre às 16h.


Para mais informações sobre o espetáculo , acesse o site da Cia. Pierrot Lunar.

Clique na foto para conferir nossa galeria:

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Texto e fotos: Débora Gomes

Novo espaço intimista e aconchegante aproxima cultura da população

(Matéria publicada no site Contramão no dia 21/03/2011 e no jornal OTempo,de 26/03/2011)



A população de Belo Horizonte ganha mais um espaço cultural no próximo dia 22, terça-feira. Antiga residência do filho do ex-presidente da República, Afonso Pena, a construção do início do século XX é palco agora para a Casa UNA de Cultura. Localizado na Rua Aimorés, 1.451, no bairro de Lourdes, o espaço, aberto ao público e sem fins lucrativos, foi criado com o objetivo de promover um encontro entre a arte, a cultura, o conhecimento e a população, oferecendo cursos, palestras, oficinas, exposições e outras manifestações artísticas.

O ambiente aconchegante busca remeter ao visitante a sensação de estar em sua própria casa. “A gente trabalha muito com o conceito ‘entre, a casa é sua’”, relata a coordenadora da Casa UNA de Cultura, Janaína Vaz. O espaço conta com três salas menores planejadas inicialmente para exposições e oficinas, uma maior com capacidade para receber até 50 pessoas, uma recepção e uma sala de estar. De acordo com o gestor cultural da Casa, Guaracy Araújo, a intenção é adaptar o espaço aos poucos, a partir da demanda e à medida que surgirem novos acontecimentos que exijam mudanças. “Propomos uma gestão mais colaborativa, mais dialogada”, explica.

O edifício, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), tem capacidade para receber até 80 pessoas. “É uma determinação do Iepha, pois os prédios antigos não possuem sustentação suficiente para suportar muito peso”, justifica Janaína Vaz. Para a coordenadora, é importante ainda trabalhar o diálogo e a conversação para que se estabeleça uma troca de saberes, já que a Casa está preparada para receber um público diversificado.

Presente para a capital

O projeto de implantação da casa cultural se desenvolve há alguns anos e tomou forma definitiva em meados de 2010. A ação é parte das comemorações do cinquentenário do Centro Universitário UNA. Para a coordenadora da Casa, o centro cultural é resultado de vários estudos realizados pela instituição com a finalidade de atuar na área cultural. “Esse projeto é um interesse antigo da UNA e a sociedade também participa das ações”, destaca. “A Casa é um presente do Centro Universitário para a cidade”, diz.

Tema de abertura

No mês em que a Casa abre suas portas para o público, as palestras, debates, mostras, oficinas e shows terão como tema central “O Feminino - A criação artística sob a perspectiva feminina”, em homenagem ao mês da mulher. O evento de abertura, que ocorre no dia 22, será fechado para convidados e, a partir do dia 23, inicia-se a programação aberta à população, com a presença da secretária estadual de cultura, Eliane Parreiras, e do ator João Miguel, em um bate-papo sobre cultura brasileira.

Agenda mês de março

Nesse primeiro mês, os interessados devem retirar seus convites com antecedência. “Funcionará como uma experimentação para nós, para que possamos entender qual o melhor formato de trabalho”, explica Janaína Vaz. A proposta do espaço é diversificar, realizando o máximo de atividades possíveis envolvendo arte e cultura. As vagas são limitadas e a entrada é franca. Confira parte da programação:

Dia 24, às 19h, acontece a sessão de cinema feito por mulheres, seguida de debate com produtoras e cineastas, como Luana Melgaço, Maria de Fátima Augusto e Ana Moravi.
Dia 25, às 21h, música popular brasileira com a cantora Marina Machado .
Dia 26, às 11h, abertura da exposição de telas da artista plástica, ilustradora e autora de livros infanto-juvenis, Anna Gobel.
Dia 28, 19h30, ciclo de palestras “O Feminino e a Literatura”, com a escritora, blogueira e cantora Clarah Averbuck.

Feirantes movimentam a porta da Prefeitura reivindicando suspensão de edital

!Matéria ublicada no site Contramão dia 09/02/2011)



Com alto falantes, apitos, faixas e muita disposição, artesãos de todas as idades reuniram-se nesta tarde, em frente à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), para manifestar a indignação e a insatisfação com as normas do novo edital Nº 001/2010 que prevê mudanças no processo de seleção para os expositores da Feira de Artesanatos da Afonso Pena, conhecida popularmente como Feira Hippie.

No dia 5 de janeiro, a PBH publicou no Diário Oficial do Município (DOM) o novo edital. Dentre os vários critérios impostos, um dos mais contestados pelos feirantes é a cláusula que diz que para expor mercadorias na feira, o produtor não pode ter ensino superior nem utilizar mais de um maquinário para confeccionar suas peças. A artesã Ana Alice diz não entender a razão das novas regras. Com 33 anos de trabalho, a feirante chora ao afirmar que depende da feira para tudo: “Minhas filhas cresceram na feira, como os filhos de muitos aqui. Nós estamos desesperados, sem estrutura para continuar”.

O artesão Luiz Messias conta que pagou os estudos da filha com a renda de sua barraca na feira. Vendedor de abajur e luminárias, Messias diz que não é possível confeccionar suas peças sem ajuda de máquinas. “Os fiscais chegaram à minha barraca e perguntaram o que eu não fiz manualmente. Falei que é mais fácil contar o que fiz, já que 80% de tudo, é manual”, relata.

Os feirantes alegam ainda que desde o dia de publicação do edital, várias pessoas adoeceram. “Tem gente no hospital ainda. Um senhor, nosso amigo de feira, sofreu infarto e continua internado”, conta Maria Auxiliadora, que trabalha na feira há 27 anos. A manifestação durou a tarde toda e o coordenador da Associação dos expositores da Feira da Av. Afonso Pena (ASSEAP), Alan Vinicius, anunciou que a partir da tarde de hoje, grande parte dos membros da associação entram em greve de fome esperando uma resposta das autoridades.

Ouça um breve depoimento do feirante Gilberto sobre sua atual situação e de seus companheiros:





Até o fechamento desta matéria, a assessoria de comunicação da PBH, apesar das tentativas de contato, não se pronunciou a respeito.
Baixe o edital pelo link Edital Feira de Artesanato.

Texto: Débora Gomes

Áudio: Andressa Silva

Reportagem: Equipe Contramão